domingo, 28 de dezembro de 2008

25 Dezembro 2008 - Dia de Natal

Dia de Natal...acordo cedo...quando toda a gente se apressa a ir passar mais um dia em familia, com calma tomo o meu banho, "lavo a alma e tudo o mais", chego ao frigorifico, procuro por um iogurte escondido atrás de um pedaço de queijo já bolorento, e coloco-o junto da fruta que esperava na mochila, com a toalha e o livro que me foi oferecido na véspera - "Tropeçar na felicidade" (titulo irónico, para mim). Vou para o carro, mochila no banco de trás, musica no rádio...e saio. Antes, ir buscar o filhote, para o levar ao hospital, febre e dores de garganta...esperamos...nem muito...entramos...simpatia, a mentira do costume, que tem mais febre há mais tempo que o de facto tinha...mas nada pega, desta vez...convite para almoço, em familia que já não o é, que não aceito...não me sentiria bem...e desta vez saio...não para casa dos pais, mas para a ponte, que me leva para perto do que preciso...mar, areia, e o horizonte que me deixa respirar...caminho, penso, choro, vejo, admiro, observo...Praia do Rei, Praia da Boavista, a Fonte da Telha está ai..olho para trás...de onde vim, será algures lá ao longe...páro.

Está sol, sento-me na areia...olho para quem passa, para um cavalo que entra pelo mar adentro...e que depois se afasta. Tiro o livro da mochila..leio duas páginas..nao me apetece ler/aprender como poderei ser feliz, já o sei. Não o sou, mas saberia como o ser. O sol pôe-se. Regresso. Sigo as pegadas do cavalo, que o mar tenta levar, pudesse ele levar o que vai dentro de mim, passar a limpo o que está marcado em mim. Entro no carro, que me acolhe sempre e me leva com ele, para onde quiser...rotundas...hesito...volto para a esquerda? Para quê? Cassapo, faz-me esboçar um sorriso. Vou para a direita, que a minha ponte espera por mim...procuro refugio em Belém..é tarde, noite feita, vou buscar os miudos, a outra parte de mim...jantar breve em casa dos pais, a alegria de mais umas prendas. Regresso a casa, coloco-os na cama. Dormem sossegados, cansados. Enterneço-me, como sempre, observando-os a dormir.
Deito-me. Olho para o tecto, como olhei nesse dia 300 vezes para o telemovel, baixei o som dos pensamentos, para te ouvir...adormeço.

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